Thursday, February 09, 2006

Ossos do Ofício


Matt Cappotelli


Foi com alguma tristeza que acabei de ver o vídeo de despedida (ou um "até já", esperamos todos) do Matt Cappotelli da OVW no WWE.com. Não conheço o trabalho dele, nunca tive a oportunidade de ver um espectáculo da OVW... Mas uma coisa compreendo, através das várias histórias, dos vários artigos, livros e documentários de wrestling que tenho visto, lido e ouvido na minha qualidade de fã que existe há 14 anos: são homens e mulheres que dedicam vidas inteiras a alcançar os seus sonhos, na procura de levar a sua paixão ao mais alto nível possível, para que se sintam completos e concretizem uma ambição de longa data - a de ser reconhecido como um(a) dos/as melhores nos anais da História do Sports Entertainment.

Em alguns casos, e através de infortúnios, esse sonho é-lhes retirado debaixo dos pés como se um tapete fosse. No caso de Cappotelli, um tumor cerebral maligno foi descoberto há várias semanas e tem vindo progressivamente a espalhar-se ao longo do cérebro, com o potencial de lhe afectar várias áreas do mesmo ou até o corpo.

Tal como no caso de Batista, que teve de render uma das duas posições mais altas da empresa (o título Mundial), devido a uma lesão grave, que precisará de vários meses para ser curada.

Independentemente de quem seja, ou do título que tenha, o que é facto é que numa área em que o esforço quase sobre-humano (ou desumano, mediante a perspectiva) pelo qual têm de passar para chegar onde estão se traduz em muito pouco sob circunstâncias deste género. A sensação de inutilidade, a sensação de um sonho roubado... e a sensação, no caso de Cappotelli, do medo de perder a própria vida. Mas o que é bonito ver é o quanto os fãs destes performers fenomenais os apoiam, e ver o quão unidos somos quando um dos nossos favoritos passa por um mau bocado.

Como foi o exemplo com a morte do Eddie Guerrero (Nota: por favor, quem esteja a ler isto, jamais ponha em consideração que foi um angle!), com a qual se viu uma demonstração avassaladora de afecto e carinho por parte dos fãs.

Haja ao menos essa pequena recompensa no que toca a tragédias, e quando estes performers vivem para as testemunhar e viver na primeira pessoa: nem tudo está perdido. E quem sabe, talvez a vida de alguém tenha mudado pela mera existência e influência dos mesmos, através de modos inimagináveis.

Com retorno de uma desgraça, ou sem ele, nada terá sido em vão. E deve ser confortante ver que, no fundo, talvez tenham cumprido a sua função: entreter e fazer uma pessoa que talvez estivesse a enfrentar a sua quota parte de problemas sorrir.

Haja essa gratificação à face de uma tragédia com o potencial de roubar tudo pelo que lutaram.

E como fãs que somos, genuinamente devemos dizer "espero que tudo corra bem".


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