Wednesday, October 03, 2007

John Cena: Homem de Ferro (mas não sempre)



É verdade, caros leitores, fiquei tão chocado como muitos de vós provavelmente devem ter ficado, ao ler nas "notícias" que o John Cena rompeu o peitoral direito e que não voltará à acção tão cedo, estando o período de operação e subsequente recuperação compreendido entre seis a oito meses.

O que é isto significa, assim de repente? Bom, para começar, e finalmente, após um ano sucessivo de reinado como campeão (não contando com os outros 10 meses, ela por ela, que já deteve o título), um novo Campeão da WWE terá de ser obrigatoriamente coroado. Por mais que o Vince McMahon aposte nele, o que é facto (e como é óbvio) é que não pode deixar o título guardado para o mestre do "FU" até este voltar.

Ora, ao mesmo tempo que são boas notícias para os fãs anti-Cena (alguns até devem estar aos saltos), penso que seja uma péssima notícia para a WWE, a juntar já à suspensão de vários lutadores, em resultado do incidente da farmácia online Signature. (Há muitos links na net com a notícia, basta procurar "signature pharmacy WWE wrestlers" na net).

Eu devo confessar que nutro um imenso respeito e admiração pelo John Cena, pessoa (em primeiro lugar): nos últimos dois anos, não houve ninguém na WWE inteira que levasse a bandeira da empresa tão em punho e de um modo tão orgulhoso e abrangente como o agora ex-campeão.



Pouco antes de se tornar Campeão da WWE pela primeira vez na WrestleMania 21 em 2005 (momento esse que tenho o prazer de ter assistido ao vivo), ele já estava a gravar o seu primeiro CD "You Can't See Me", cujo single, "The Time is Now" chegou a entrar em alta rotação na SIC Radical e outros canais televisivos, e que chegou a ter uma interpretação ao vivo pelo músico-lutador no conceituado programa "Top of the Pops" da BBC no Reino Unido - o único lutador/sports-entertainer a ter tido esse privilégio na longa História do programa.



Não bastasse ser incansável na música, ele ainda conseguiu contornar a sua já tortuosa agenda de espectáculos, entrevistas, comparências, sessões de autógrafo e todas as actividades miscelâneas relativas à WWE, para rodar o segundo filme da WWE Films, "The Marine", na Austrália, voando todas as semanas para Queensland, a regressando todas as semanas a tempo de retomar os espectáculos televisivos (isto aconteceu durante alguns meses, salvo o período em que, numa história criada no SmackDown!, Cena tinha sido apunhalado pelo antigo guarda-costas de Carlito, Jesus).

E o mais impressionante, é que para um homem do tamanho dele (ele não é o Great Khali, mas em termos de envergadura faria sombra a qualquer mortal comum), e neste reinado tão prolongado de 20 e muitos meses, e numa época em que até os melhores se lesionam mais tarde ou mais cedo (Triple H, Undertaker, Edge, Batista, Kennedy, Lashley, etc), Cena conseguiu cometer a incrível façanha de não se lesionar gravemente uma única só vez, conseguindo assim dar o apoio muito necessário à empresa sua empregadora, e ainda por cima, sempre com um sorriso sincero.

Deixando de cantar por um momento os louros ao jovem de 30 anos: tudo bem, ele não é o melhor lutador à face da terra. As "melhores" manobras do sujeito (menos más!) são um "death valley driver" e um "STFU" e confesso que aquele ar de exaspero frenético e descontrolado em momentos de grande tensão num combate pouco ajudam à personagem, quanto mais ao combate.




Mas o que é facto é que John Felix Anthony Cena veste a camisola da empresa, e veste-a como ninguém. Onde é preciso que ele vá, ele vai (Larry King Live na CNN, Mad TV, Gilette Young Guns Celebrity Race), o que é preciso fazer, ele faz, e está sempre presente para as necessidades da empresa, que, com tantas actividades à mistura (algumas acima descritas), quase ultrapassam o limite humano... Eu não sou o Vince McMahon, mas se eu fosse patrão e tivesse um empregado tão dedicado, acho que ficava bastante satisfeito.

E por falar no dono, e Presidente da WWE, não fico nada admirado que este lhe tivesse dado um reinado tão prolongado. Afinal, muito do sucesso de um lutador se comprova através dos main-events em que entram (que, por sua vez, produzem receitas e compras de PPV's), do merchandise que vende relativo ao seu nome, e da reacção que gera do público. Tendo em conta que, mesmo havendo uma multidão de fãs anti-Cena e este quase ter sido escorraçado da Allstate Arena em Chicago na WrestleMania 22, o que é facto é que os cintos vendem. As t-shirts vendem. As pulseiras vendem. E, no fim de contas, é ele acima de tudo que grande parte dos fãs quer ver (como se pode constatar na reportagem RAW Live Tour, terceira parte, que eu fiz aqui para o blog).

E no que toca à reacção do público? Num mundo onde a ausência de reacção é o inimigo número um do negócio, o facto de John Cena a ter, de um modo tão acentuado, em ambos os extremos, é algo muito bom. Afinal, se o público gosta dele, vibra, delicia-se com as vitórias deste, e vai comprar o merchandise da personagem. Se não gostar, apupa, faz os fãs pró-Cena vibrar, e o combate fica interessante. Em ambos os casos: claramente, o personagem funciona.




São muito raros os casos onde o nome de um lutador/sports-entertainer chegou ao nível de fama da própria WWE, ou até a superou, sendo o primeiro e mais imediato, Hulk Hogan. É rara a pessoa que mal ouviu falar de wrestling e não conhece este nome. A "Superstars Era" é sinónimo com o ex-campeão.




O segundo lutador que chegou a um nível de fama superior, além-WWE: The Rock. O facto de ter entrado no filme "The Mummy Returns" impulsionou em muito a sua carreira de actor, e hoje é um dia é um nome que todos os fãs conhecem bem.




O terceiro nome sonante já mais abaixo: "Stone Cold" Steve Austin. Ser fã de wrestling e não conhecer este nome, é um verdadeiro pecado... À volta da "Cascavel do Texas", criou-se a tão famosa "Attitude Era", da qual também o já mencionado The Rock fez parte, acentuada por outros grandes nomes como Kane, Goldust e DX.




E ainda, já mais para os entendidos, o Undertaker. De acordo com a personagem, parece ser um dos últimos nomes na lista dos favoritos, que se esconde na escuridão e nas penumbras, mas que mal é dito, ganha uma tremenda importância de tão sonante que é. O seu historial de 15 vitórias a zero derrotas na WrestleMania é um recorde que por certo sairá imaculado na História da WWE e do wrestling, de modo geral.




John Cena é seguramente acrescentado a esta lista de famosos e, (sim, vou dizê-lo) futuros celebrados do Corredor da Fama. Ninguém o pode negar, relativamente aos primeiros quatro, e até a Triple H e Shawn Michaels dos DX, que conquistaram fama, reverência e respeito fora do grupo rebelde. Mas John Cena, um futuro celebrado do Corredor da Fama?... Nos tempos que correm, quantos mais lutadores temos actualmente no activo na WWE ou fora dela que tenham conseguido manter o maior título da empresa durante tanto tempo? Quantos tiveram a fama alcançada por Cena, dentro e fora do wrestling? E quantos têm o carisma inigualável que atrai tantos milhões de fãs pelo mundo fora? (Sim, porque o sucesso, conforme já constatado, não se deve aos seus dotes dentro do ringue) Muito, muito poucos.



O actual ex-campeão também pode afirmar ter instaurado uma nova era, ainda que pouco cantada: a Era de John Cena. Afinal, não é à toa que o título mais importante da empresa muda de feição em torno de um lutador. Só me recordo de mais um nome, dentro da mesma categoria de campeonato, cuja feição do título também mudou à volta deste: "Stone Cold" Steve Austin. E tal como a "Cascavel" atraiu muitos fãs pró-Stone Cold, também Cena atraiu muitos pró-Cena, ainda que num expoente completamente diferente. Esta mudança de feição do título, para quem não tivesse já percebido, implicaria apenas uma coisa: "o campeão está aqui... (e veio para ficar)". A meu ver, são tudo ingredientes fundamentais para uma futura admissão no Corredor da Fama. Basta que se mantenha no mesmo caminho.


Resumindo e concluindo:

Numa altura de lesões e suspensões, o timing para a perda de Cena não poderia ter sido pior. Mas pela mesma moeda, também será empolgante ver quem se tornará o novo campeão, e que novas rivalidades nos esperam daqui para a frente. No fundo, convenhamos: o ar fresco já fazia alguma falta.




John Cena, enquanto grande entertainer que é, fará falta e, (ouso dizer), causará talvez algumas saudades aos fãs, e talvez até a não-fãs (as preferências dos fãs, por vezes mudam drasticamente - basta ver a reacção ao Triple H de 2005 e a reacção ao Triple H de 2007... Mas sabem que ele continua casado com a Stephanie McMahon, certo?). E só no seu regresso, poderemos constatar se o campeão ainda estará aqui.

Venha uma nova batalha... Por certo que Cena também a enfrentará de cabeça e a superará com a mesma coragem com que superou todos os desafios impostos na WWE - e com a determinação que possui, talvez até mais cedo do que julgamos.



E enquanto isso não acontece, aguardamos a coroação de um novo Campeão da WWE... Mas quem?

1 comment:

Unknown said...

minha mae e fan do john cena o grande o maio o melhorrrrrrrrrrrrrr johnnnn senaaaaaaaaa ass: sueli brasil