Livros: Ric Flair: To Be the Man

Woooooooo! Essa saudação de festejo a que o "kiss stealin', wheelin' dealin', limousine ridin', jet-flyin' sun of a gun" nos habituou (tradução: um GRANDE maluco, mesmo!)

É, de todas as biografias de Superstars que já li, sem dúvida a mais interessante de ler. Ficamos mesmo a pensar que Richard Fliehr, o homem que dá vida à personagem Ric Flair, teve (e continua a ter) uma vida que se destaca das demais, com altos e baixos em maiores extremos do que uma pessoa vulgar.

No início da sua biografia, Flair começa por nos contar que é um "bebé de mercado negro", desconhecendo pessoalmente os seus progenitores, apesar de ter descoberto quem são, através da pesquisa para este livro. Toda a infância e juventude que veio a conhecer, foi vivida sob a tutela dos seus pais adoptivos Kathleen Virginia Kinsmiller e Richard Reid Fliehr; uma escritora e um médico especializado.

O "Nature Boy" conta-nos que desde a sua infância que sempre teve queda para o desporto, tornando-se assim fácil a escolha de prática de futebol americano e luta amadora a nível académico ao longo da sua juventude.

Mas foi enquanto trabalhava num bar como segurança, que conheceu o power lifter Ken Patera, no qual Verne Gagne (campeão da American Wrestling Association) estava a apostar para as olimpíadas, patrocinando-o. Foi através do interesse pela luta que Patera e Flair se viram a dar os primeiros passos para se tornarem lutadores profissionais.

Flair conta-nos como foi a sua aprendizagem, e como foi passada a sua carreira nas grandes promoções como a referida AWA, a National Wrestling Alliance, a World Championship Wrestling e a World Wrestling Federation/Entertainment.

Conta-nos também como Ric Flair, a personagem que vivia 24 horas por dia, dava preferência a festas acima de tudo (e muita promiscuidade) - mas permanecendo sempre um amante e profissional do wrestling, a sua derradeira paixão.

São-nos também revelados detalhes de alguns dos pontos menos favoráveis da sua carreira, como a altura mais infame em que era desrespeitado por Eric Bischoff e Vince Russo, altura essa em que perdeu a sua completa confiança enquanto lutador, vindo-a a recuperar mais tarde na World Wrestling Entertainment, voltando a ser tratado de um modo digno ao seu nome artístico e reputação.

Como consequência dos maus tratos psicológicos na WCW que chegaram a envolver a família de Flair, este conta-nos como em dada altura, aquando do seu regresso à WWE, numa altura em que Bischoff já não detinha poder, Flair procurou fazer justiça pelas próprias mãos.

Acompanhamos ainda o crescimento, evolução e transformação da personagem para a pessoa, Richard Fliehr, que hoje em dia é um homem de família dedicado, colocando esta em primeiro lugar na sua vida, deixando bem para trás as grandes festas (que frequentemente traziam más consequências) que acompanhavam o nome e reputação da personagem.

Concluindo; é, sem dúvida alguma, um livro a não perder para qualquer pessoa que tenha amor e respeito pelo ramo do wrestling e a tradição que lhe é inerente, bem como respeito pelo homem que nos apresenta a sua história e o legado inesquecível que nos deixou, digno de uma futura presença quase certa no Corredor da Fama.