Friday, December 30, 2005

2005: equipas de comentadores em revista

Foi um ano no mínimo atribulado para a equipa de comentadores do Raw. Vimos o Good Ol' Jim Ross, "JR" a ser desonradamente dispensado (para não dizer, excomungado da programação, se bem que ainda sob contrato noutras funções), o "Coach" Jonathan Coachman a tentar preencher um décimo da vaga deixada pelo primeiro (falhando redondamente no cargo que lhe foi imposto) , e por fim o ex-comentador da ECW Joey Styles a preencher a posição de play-by-play.

Não se compreende ainda o que se passou ao certo com o JR. Correram notícias que ele teria dito certas coisas que não agradaram ao big boss, Vince McMahon. Houve ainda a operação ao cólon, ao qual teve de ser sujeito, da qual se encontra ainda a recuperar, afastando-o da mesa. Permanece ainda a dúvida se alguma vez ele voltará (nem que seja para comentar a vindoura WrestleMania 22) e acima de tudo - se realmente foi dispensado do seu cargo que tão excelentemente cumpriu ao longo de 30 e poucos anos, para nunca mais voltar, o porquê de um "angle" tão rebaixante e humilhante, não prestando ao homem um mínimo de um tributo devido e merecido. Questões a ser eventualmente esclarecidas em 2006.

Resta-nos, então, ainda da parte do programa Raw, o trio de Joey Styles, Jerry "The King" Lawler e Jonathan Coachman. No que toca a preferências pessoais, fazendo a comparação com a equipa de Michael Cole e Tazz do programa "rival", prefiro a equipa da SmackDown!. O SmackDown! é sempre um programa que gosto imenso de traduzir, dada a fluidez com que correm os comentários do Michael Cole e do Tazz: um narra a acção brilhantemente e com emoção, o outro dá a devida análise técnica a complementar o primeiro. Há quem discorde... na minha preferência pessoal prefiro realmente a equipa do SmackDown!. Além de que, mesmo o Michael Cole falando mais rápido que o Joey Styles (velocidade essa que afecta o número de caracteres por linha em cada legenda e quanto tempo essa legenda pode estar no ar com tempo de ser lida), é bastante mais fácil traduzir, dado o inglês claro e perceptível do Michael Cole, ao contrário do menos perceptível JR, culpa de uma paralisia facial (Bells Palsy).

Detalhes técnicos e preferências pessoais à parte, acho importante lembrar uma coisa: onde nenhum Joey Styles ou Michael Cole brilham é na área de décadas de experiência, num profundo conhecimento da História e num respeito sem igual pelas superstars que antecederam às actuais, que ajudaram a construir o ramo do Sports Entertainment como o conhecemos actualmente, conhecimento esse que se comprovava pela menção regular de nomes importantes de outrora há muito esquecidos, demonstrando assim um amor pela tradição que deverá ser honrada e lembrada aos mais novos.

A notar, também, a importância de um bom comentador num programa de wrestling: "he can make it or break it". Numa posição em que o meio termo é mínimo, bons comentários podem enaltecer o produto, ao passo que maus comentários podem deitá-lo por terra. É uma espécie de profissionais subvalorizada, este tipo de pessoas que precisa de demonstrar paixão pelo desporto só com a voz, ter conhecimento técnico e bom timing para saber comentar o combate e ainda relembrar a história que rodeia o combate, de maneira a que os espectadores não percam o fio à meada. Com todas estas tarefas (que não são fáceis) para ultrapassar, não admira que à falta do JR, tenhamos assistido a uma mudança tão radical no Monday Night Raw.

Actualmente, a voz da ECW, o referido Joey Styles preenche então a vaga do play-by-play (comentários da acção), na qual teve de fazer algumas alterações, já que deixou de trabalhar sozinho como fazia na ECW, aliviando alguma carga. É uma posição bem preenchida, sem dúvida, por alguém que sabe. Mas ainda assim, não há quem não sinta falta do bom JR. 2006 nos elucidará quanto ao seu futuro atrás da mesa do Raw, enquanto nome de referência da WWE.

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